Chegou 2024. Ah, o tempo…
Há poucos meses assisti (de novo) ao filme “Comer, Rezar e Amar”. Incrível como às vezes um filme (ou um livro) nos pega de jeito se assistirmos em épocas diferentes. Esse me pegou dessa vez porque acho que estou vivendo um momento parecido com o da personagem (que diga-se de passagem é história real da escritora). Uma cena me chamou mais atenção agora.
Liz está em Roma visitando o Augusteum, um lugar construído pelo Grande Augusto, o primeiro grande imperador de Roma, para abrigar seus restos mortais. Quando os bárbaros vieram eles o demoliram junto com todo o resto. O local virou uma ruína e é como um coração partido, segundo a personagem. Ela decide escrever uma carta para o ex-namorado que ficou em Nova York, lembrando de quando ele pediu a ela que ficassem juntos, mesmo brigando muito e sem fazer sexo há um bom tempo, para que ao menos estivessem felizes por não estarem separados.
“E se admitimos que nosso relacionamento está acabado? E nos mantivermos nele, mesmo assim. Nós o aceitamos ele. Nós brigamos muito. Quase não transamos mais. Mas não queremos deixar um ao outro. Assim poderíamos passar a vida juntos. Miseráveis. Mas felizes de não estarmos separados.”
Então, após a visita nas ruínas, ela escreve para ele dizendo sobre como sempre queremos que as coisas permaneçam iguais. Vivemos infelizes por ter medo de mudanças, de ver nossa vida acabar em ruínas. Temos medo de trocar um hoje morno, por um futuro que ainda não existe.
Mas quando ela olhou aquele lugar e em todo o caos pelo qual passou. A forma como foi adaptada, queimada, destruída, e ainda achou maneiras de se (re)construir de novo. Liz se sentiu tranquilizada - e eu também, (embora não parecesse, pois estava assistindo aquela cena aos prantos) aquela reflexão fazia todo sentido pra mim. Ela conclui que talvez a vida não tenha sido assim tão caótica. Talvez meu ano não tenha sido assim tão caótico e nem o que ainda está por vir. O mundo que é, e a armadilha é se apegar demais a ele, às pessoas e às coisas. “Ruínas são um presente”. São o caminho para a transformação. Ela conclui o e-mail dizendo:
Devemos estar preparados para todas as transformações. Merecemos mais do que ficar juntos por termos medo de sermos destruídos se não ficarmos.
A física da busca
Se você não conhece o filme, vale a pena assistir. Se conhece, vale rever. Principalmente, se você, assim como eu, se separou no período de um ano. Liz faz um ano sabático passando por Roma (comer), depois vai para Índia (rezar) e termina em Bali (amando o gato do Javier Bardem, que faz o papel de um brasileiro).
Ela simplesmente largou toda sua vida sem saber muito no que ia dar, em busca de algo que nem sabia o que era. E no fim ela começa a acreditar em algo que chama de “física da busca” - uma força da natureza governada por leis tão reais quanto a lei da gravidade.
E a regra da física da busca é uma que acredito muito:
Se você tiver coragem de largar tudo o que é familiar, seguro, confortável e sair em busca pela sua verdade. Se considerar um sinal tudo o que acontecer na sua jornada, e aceitar todos que conhecer como um professor. E se estiver preparada para enfrentar e perdoar realidades difíceis sobre si mesma, a verdade não será retida de você.
Tudo o que nos afeta, nos transforma. Só precisamos estar abertos para isso.
Com afeto e coragem,
Gabi Miranda
Adorei, Gabi, sua News e o filme. Já o assisti várias vezes e é sempre uma inspiração. São tantas mensagens que cada vez uma nos pega com mais força. Nunca esqueci da história de comprar roupas maiores porque Lis e a amiga haviam e engordado. Uma bobagem, mas que lembro sempre nos momentos em que fico chateada com as roupas apertando e logo relaxo.
Arrebatador.... ♥️😘