Molly está na casa dos 40, é casada há dez anos e... nunca teve um orgasmo com ninguém. Ela faz terapia de casal para entender por que ela e o marido não fazem mais sexo. A verdade é que a relação sexual deles nunca foi lá grandes coisas, mas depois de um tratamento contra o câncer de mama, o marido perdeu completamente o desejo por ela. Dizia que sua careca o fazia lembrar do avô. Eu já perderia o tesão pelo cara só por esse comentário. E com gosto.
No meio de uma das sessões de terapia, o celular de Molly toca. Ela atende, esperando uma ligação do médico — e ali, no meio daquela situação que já era constrangedora, ela descobre que o câncer não só voltou, como se espalhou. Ela tem poucos meses (ou anos) de vida. Uma sentença.
A partir desse diagnóstico, Molly decide viver. E viver do jeito que nunca conseguiu: explorando a própria sexualidade, reprimida desde um evento traumático na infância — aos sete anos, ela foi molestada pelo namorado da mãe. Mas essa não é a única decisão corajosa que ela toma. Molly se divorcia e escolhe passar os últimos momentos da vida ao lado da melhor amiga. Ela diz: “Eu escolho morrer ao seu lado.” É de derreter qualquer alma.
E então começa a sua jornada pessoal por sexo casual, fetiches, experiências, descobertas e... amor.
Essa é uma breve apresentação da série Morrendo por Sexo — uma adaptação da história real de Molly Kochan, que foi diagnosticada em 2015 com câncer de mama em estágio 4. A doença, não detectada anteriormente por negligência médica, já havia se espalhado para os ossos. Terminal. Injusto. Cruel. E ainda assim... tão humano.
Com oito episódios de cerca de 30 minutos, a série leva a gente do riso ao choro — uma excelente dica para quem está com o choro represado desde 2021.
E sim, é uma série sobre prazer e sexualidade. No terceiro episódio, tem uma fala maravilhosa que merece ser destacada. Molly, insegura, pergunta o que há de errado com ela. E a assistente social responde algo mais ou menos assim:
Você não tem nada de errado. O problema é que vocês, millennials, acham que sexo é só penetração e orgasmo. Por quê? Porque a *Samantha disse? Sexo é uma onda, um estado de espírito. É um fenômeno não linear emergente que surge quando dois ou mais seres encostam seus campos de energia. O segredo do corpo é o seguinte: você tem que ouvi-lo.
Mas Morrendo por Sexo é, sobretudo, uma série sobre viver. Sobre repensar como estamos gastando os dias que nos restam, com quem, e por quê. É sobre dar um chega-pra-lá no medo e dizer sim para o desejo. Mas, acima de tudo, é uma série sobre amor e amizade.
Assinado: eu chorando em posição fetal.
*Samantha Jones é a nossa ícone do sexo na década de 2000, na série Sex and City.
Entre palavras e ideias
📩 Ela voltou e quando ela volta, vem com tudo reunindo os ossos pelo caminho.
📩 Mais uma amiga escritora lançando seu primeiro livro, que orgulho.
📩 E por falar em millennials…
📩 Concordo, não se fazem mais filmes como antes.
Te vejo semana que vem? Na verdade, eu espero comparecer porque eu quase faltei nesse encontro hoje.
Com afeto e coragem,
Gabi Miranda
amigaaa que legal!!! vou colocar na minha lista JÁ! vivo procurando essas séries conforto pra assistir lavando louça ou tirando o esmalte kkkakakakka
Não conhecia essa série, Gabi. É mais um cenário possível na vida de uma mulher, mais um aspecto que precisa ser visitado. E a questão da amizade é algo muito pertinente para as mulheres. Isso reforça ainda mais a visão dessa nossa capacidade e do quanto isso é importante em nossa vida.