Qual foi a última vez que você conheceu alguém de verdade?
Essa coisa rara e preciosa: conexão, sem pressa, sem performance, sem filtro
Qual foi a última vez que você conheceu alguém de verdade? Não estou falando de dar match num aplicativo, trocar meia dúzia de mensagens, ir para um date e, em seguida, correr para o Instagram pra fazer uma investigação digna de detetive.
Estou falando de conhecer de verdade mesmo. Olho no olho. Ouvido atento. Silêncio confortável.
Há quanto tempo você não conhece alguém a ponto de conversar por horas, de rir sem vergonha e depois ficar em silêncio sem constrangimento, sem precisar dizer nada, porque tudo já está dito na presença?
Há quanto tempo que você não conhece alguém de verdade a ponto de pensar: não é possível que seja só o acaso. Num mundo com bilhões de pessoas que nunca vão se conhecer, que vão cruzar o caminho um do outro, virar para lados opostos e nem trocar olhares - porque o acaso não fará que se encontrem. Por que justamente a gente se conheceu? Justo agora? Por que esse encontro que parece tão pequeno no mapa da vida tem esse peso, essa delicadeza, essa coincidência absurda de fazer sentido?
Qual foi a última vez que você conheceu alguém a ponto de se darem tempo de se conhecerem? Resistindo à tentação de correr para as redes e montar o quebra-cabeça da pessoa com base em posts e stories.
Qual foi a última vez que você conheceu alguém a ponto de falar muito (até o que não deve), sem calcular cada palavra? Mandar mensagem porque quis, responder porque deu vontade. Não porque precisava manter uma imagem ou seguir uma regra invisível de joguinhos de paquera. Ou ainda: qual foi a última vez que você se sentiu tão confortável com alguém que o silêncio não era ausência, era presença?
Qual foi a última vez que você conheceu alguém a ponto de a intimidade ultrapassar barreiras do toque? De você se permitir chorar na frente dela. De não esconder suas fraquezas. De admitir o medo, o cansaço, a bagunça da vida. Porque existe mais verdade numa lágrima compartilhada do que em mil e uma noites de prazer.
Conexão de verdade não dá pra forçar. Mas dá pra reconhecer quando chega.
E às vezes, só às vezes, ela vem disfarçada de acaso. Conhecer alguém de verdade exige paciência. É aceitar que tem coisa que só se revela com o tempo — e que talvez o tempo seja justamente o que mais assusta.
E aí, me conta, qual foi a última vez que você conheceu alguém de verdade?
Entre palavras e ideias
📩 A Cynthia contou em sua news sobre o sonho de todo escritor: viver da escrita. Escrever, escrever e escrever. Eu não acho que seja possível nem viver da própria empresa, quem dirá só escrevendo. São muitos boletos para dar conta nessa vida adulta. O jeito é ir equilibrando os pratinhos.
📩 É tão bom ter essa consciência do corpo, mesmo fragilizado, que o pulso ainda pulsa.
📩 O que você precisa para escrever? Eu preciso viver e de um papel, e uma caneta Bic, de preferência. Mas viver é o principal para a minha escrita. Eu vivo e logo vem uma ideia, um sentimento querendo ser transformado em palavras.
Não esquece de me contar, qual foi a última vez que você conheceu alguém de verdade.
Te vejo semana que vem?
Com afeto e coragem,
Gabi Miranda
19 de outubro de 2024, mas, desde fevereiro, virou desconhecido e ausência...
Gabi, difícil viu! Mesmo que eu estivesse procurando algo do tipo, dificilmente acreditaria na possibilidade. Se pensarmos em termos de uma amizade repentina, pode até acontecer, mas hoje as pessoas não querem mais se aproximar. Atualmente já fico feliz quando alguém dá um sinalzinho de consideração ou amizade, então esse encontro do acaso premiado com uma super conexão vejo como algo distante e inusitado. Mas penso também que é fantástico quando acontecesse com alguém.