Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Nas últimas semanas, vivi duas experiências pela primeira vez. Duas não! Três. Uma delas é algo bem particular que não cabe contar aqui (morram de curiosidade!). A segunda foi a Flip. A terceira foi dirigir de São Paulo até Paraty – cidade em que aconteceu o evento literário. Queria ter escrito a respeito na semana passada, mas fui nocauteada por uma gripe que me deixou de cama por 3 dias. Não farei um resumo do que aconteceu pela feira, mas isso você pode conferir na newsletter da minha xará “Gabi Escreve”. Vale muito a pena! Tentarei contar sobre o que ainda está reverberando aqui no meu corpo.
A escritora Zadie Smith, uma inglesa jamaicana, diz que cada momento acontece duas vezes: por dentro e por fora. E sempre são duas histórias diferentes. Uma boa explicação para definir minha experiência na Flip. Teve tudo o que vivi durante os 4 dias em Paraty e o que estou vivendo internamente desde o dia em que voltei. Como se desflipar? Não sei…
A vontade de conhecer a Flip surgiu ano passado quando comecei a me envolver mais com outras escribas. Mas foi esse ano, faltando sei lá, três ou quatro semanas para começar o maior evento literário, que a Pri, minha amiga, disse que iria de qualquer jeito nem que fosse sozinha, e, então, me convidou. Nem pensei, disse bora. Foi mais uma das melhores coisas que fiz por mim em 2024.
Sempre fui muito de planejar, mas tenho percebido que quando desapego do que seria ideal, a vida me surpreende fazendo com que eu me encante com o possível. Foi assim quando decidi ir para Salvador e agora também. Viajar, mesmo que para um lugar perto, tem o poder de alimentar a alma. Foi assim que me senti na Flip: abastecida de energia e de cultura. Foi algo mágico encontrar tantas pessoas com algo em comum: o amor pela palavra. Entre amigas escritoras e autores, amei ouvir e trocar com cada pessoa que esbarrei.
Eu e a Pri íamos cedo para o Centro histórico de Paraty, tomávamos nosso café da manhã e às 09:00 já estávamos prontas para a primeira mesa que assistiríamos. Acabava uma mesa já pulávamos para outra, sem pestanejar. Pular é uma força de expressão, porque naquelas ruas de Paraty é impossível sair pulando e correndo. Era tanto evento bom que ficava difícil escolher o que assistir. Escolheria os mesmos tudo de novo. Vanessa Passos. Ana Deviana. Daniela Arrais. Clarissa Freire. Jeferson Tenório. Elisa Lucinda. Carla Madeira. Natalia Timerman. João Anzanello Carrascoza. Daniel Dornelas. Andréa Del Fuego. Entre tantos outros. Ouvir todos esses autores foi um privilégio sagrado.
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Viajar te causa uma sensação de como você é insignificante no mundo? Em mim causa e estar na Flip aumentou esse sentimento. É muita gente (boa) escrevendo. Muita gente mesmo! Criando, imaginando, saindo do lugar comum. O curioso é que não me causou paralisia. Pelo contrário, foi inspirador. Quanto mais eu ouvia ou conversava com alguém, mais sentia vontade de escrever, de fazer rotina da escrita diariamente. Escrever o diário. Em primeira, terceira pessoa. Inventar. Contar.
Refleti bastante sobre a importância de levarmos nossos prazeres a sério (escrever pra mim é isso, um imenso prazer) e encontrar satisfação na maioria das coisas que fazemos. É claro que algumas satisfações terão cotação mais alta que outras. Mas é importante viver o momento sintonizado de maneira consciente com a quantidade de prazer que recebemos. Enquanto eu caminhava pelas ruas de Paraty, embargada pela oportunidade de me sentir encantada e apaixonada pela vida, pensava no quanto a vida é cheia de tesouros maravilhosos quando nos permitimos um momento para apreciá-los. Ver a felicidade e o entusiasmo da Pri, me fazia sentir alegria de ter, e de ser, uma amiga de verdade.
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Outro pensamento já vinha me rondando desde antes da viagem e ficou mais forte. Já li todos os livros da Dra. Ana Claudia Quintana Arantes e a lembrança que tenho de todos eles, é que todas as pessoas quando estão perto da morte não pensam nas horas extras que fez no trabalho, ou em quanto tem de investimento no banco. Todas as pessoas pensam em algo como “o que teria acontecido se eu tivesse me dedicado às coisas que sempre quis fazer?”
Pergunto novamente: qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Qual foi a última vez que você viajou ou riu com uma amiga até sua barriga doer? E a última vez que você deixou as crianças com alguém e passou o final de semana fora? Se sua vida acabasse amanhã, o que você se arrependeria de não ter feito? Se hoje fosse o seu último dia de vida, você perderia tempo lendo esse texto?
Boa semana!
Com afeto e coragem,
Gabi Miranda
Amei te encontrar na Flip e amei ler essa edição! Obrigada por ter dividido esse momento comigo Gabii 🥰
Ahhhhh que delícia! Eu não poderia ter escolhido melhor companhia para a minha primeira vez na Flip, e espero que possamos manter isso como um ritual anual pra sempre. Obrigada por tanto.